Confesso que hoje eu não ligo tanto pra ovo, às vezes bate
uma vontade de um “zóinho” no pão ou no arroz, porém, quando eu era criança (na
verdade eu ainda sou só que agora, com 30 anos), eu gostava e comia mais. O
fato é que todas as vezes que consumo o tal alimento, me recordo de uma situação
que vivi, na década de 80.
Viajei com meus Pais para visitar os meus avós e tios e
conhecer o interior paulista, que eu ainda não conhecia, nesta época eu tinha
uns 5 anos. Chegando lá, fomos até um sítio, que tinha vacas, cavalos, porco e
galinha – bichos que eu não conhecia pessoalmente enquanto morava em SP e ABC.
Brinquei na grama, peguei tatuzinho bola, colhi flores, fiz papinha de matinho
e dei de comer para os cachorros. Chegou então a hora do almoço. A mesa estava servida, tudo
muito simples, no melhor estilo sítio, muito aconchego e muita fartura de
alimentos naturais e fresquinhos. Deu fome né?
Uma Senhoria extremamente carinhosa, a qual eu nunca decorei o nome e a
chamo de vozinha do ovo frito, perguntou: “Carlinha, quer que eu frite um ovo
pra você?” Respondi: Sim eu aceito. Ela riu e foi pronta fritar os ovos
dizendo: “Este ovo é diferente, ele é de galinha caipira, acho que você vai
gostar”.
Pra que ela foi dizer isso? Ainda mais diante de uma Galeguinha
pentelha e cheia de indagações, como a pequena Carla.
Galinha caipira? Mas todas as galinhas são caipiras, em SP não temos
galinhas, rsrs, respondi sorridente, como se eu estivesse passando uma nova
informação para ela.
Gentilmente ela sorriu e colocou dois deliciosos ovos caipiras, bem
fritinhos e amarelinhos, cometendo mais um deslize ao dizer: “Fique a vontade e
coma o quanto quiser se precisar, eu frito mais”.
Comi aqueles ovos com arroz, tal
como o Chiquinho Scarpa come seu escargot. Claro, o meu ovo com arroz, é
infinitamente mais saborosos que os tais caracóis, até porque, estão presentes
num momento ingênuo e alegre da minha querida infância.
Beijos e bom restinho de semana! :-)